Eu que geralmente não gosto de arte contemporânea, arte conceitual, arte pós-moderna, essa arte dos tempos de hoje, me deparei essa semana com um brasileiro conhecido internacionalmente, radicado nos EUA, que faz arte usando lixo. Me emocionei ao ver um vídeo na internet (o link segue logo abaixo), e acho que isso é o fundamental da arte. Arte tem que comover, tem que tocar, mexer com os nossos sentimentos, sejam eles bons ou ruins, eu prefiro que sejam bons, e foi o que aconteceu.
O artista plástico Vicente José de Oliveira Muniz (1961-), foi indicado ao Oscar de 2011 por seu documentário “Lixo Extraordinário” (Waste Land), dirigido por Lucy Walker, João Jardim e Karen Harley. Vik Muniz tem obras nos principais museus de arte contemporânea, como o MoMA de Nova York, o Reina Sofia e o Metropolitan.
Vik ficou mais conhecido no Brasil depois da abertura da novela global Passione, onde utilizou lixo reciclável para confeccionar as cenas que compunham o vídeo-clipe de abertura.
Usando o mesmo material, lixo, do aterro metropolitano do Rio de Janeiro, o aterro Jardim Gramacho, Vik Muniz cria obras para o documentário premiado. Entre as várias fotografias que ele mesmo tira, dos catadores de lixo, está uma releitura da obra de Jacques-Louis David (1743-1825) Marat assassinado de 1793.
Primeiro ele cria um cenário, o mais fiel possível ao da obra de David e para ocupar o papel de Marat escolhe um dos catadores de lixo, depois fotografa a cena; e a partir da fotografia cria o ambiente com o material coletado do aterro.
Um pequeno vídeo mostra os bastidores da produção, e os processos da obra: http://www.wastelandmovie.com
O trailer do documentário pode ser visto em: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/865628-documentario-sobre-vik-muniz-e-indicado-ao-oscar.shtml
Espero que se emocionem.
4 comentários:
As vezes não percebemos como a arte esta presente em nossa vida cotidiana. Eu conhecia o documentário, conhecia o diretor e não tinha feito nenhuma ligação com o Muniz. Gostei do conceito que arte deve emocionar, vou adotar nas minhas observações amadoras artísticas.
Mas um excelente texto, ficam ainda melhores quando expressa sua opinião.
Eu só comecei a achar interessante o trabalho final de Vik Muniz depois de saber da estória dos bastidores da sua arte, às vezes precisamos saber além do que vemos para apreciar.
Ah, Carla queria te levar em Inhotim, é um convite, vem ;)
bjs
Eu vou Andrea, quer muito ir sim, preciso conhecer vários lugares em Minas e Inhotim está nos meu planos...
Com a sua companhia vai sem melhor ainda =)
Bárbaro! Quem sabe pegamos um feriado e conseguimos ir todos pra Inhotim? Eu adoraria. Tá lindo seu blog, beijos
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