quarta-feira, 18 de maio de 2011

A liberdade de Delacroix

Para terminar a semana com o blog posto em dia, uma das obras mais famosas de Eugene Delacroix:

A Liberdade guiando o povo, Delacroix, 1830 – Óleo s/ tela – 260x325cm – Louvre, Paris


Em 1830 uma manifestação popular (Revolução de Julho) toma conta de Paris. Liderados pela burguesia, o povo sai as ruas mobilizados pelas ideias liberais na luta pelo fim do absolutismo. Nesse momento sua pintura torna-se moderna no sentido de representar o que acontece no tempo presente.

A obra de Delacroix mostra a revolta da população francesa que está de mãos armadas, sobre as barricadas formadas por corpos. Do lado direito da tela, vemos algumas construções, entre elas, a Catedral de Notre Dame. A poeira das armas e da terra se misturam com o céu, repetindo as cores da bandeira da França que é levada pela alegoria da liberdade, essa mulher com o seio descoberto, que pode também representar o povo, pois ela também está armada. Em sua cabeça, a Liberdade tem um gorro frígio, adereço que foi adotado pelos republicanos franceses durante a Revolução de 1789, por isso, um forte símbolo da República.

Delacroix mudou sua pintura após viajar para o Marrocos, tanto nos temas como nas cores, o artista foi um revolucionário.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Mais uma de David

Segue mais uma obra de David, faz parte de um trabalho da pós, que além de apresentar a obra, trata também das revoluções que aconteceram na França no século XVIII.


Os litores trazendo a Brutus os corpos de seus filhos, 1789 – 232x422cm – Louvre, Paris



Os litores trazendo a Brutus os corpos de seus filhos data de 1789. Brutus, um político romano, assina a sentença de morte de seus filhos que traíram a pátria. O cenário é composto por litores (homens que carregam essa espécie de maca) que levam os corpos dos filhos de Brutus para dentro da casa. Brutus que por sua vez, está sentando em um canto, sóbrio e escuro. Pensativo ele tem em uma das mãos a sentença que assinou, a outra se apóia em uma estátua que representa Roma, mostrando de algum modo que ele não se deixa abalar pela emoção, nem mesmo pelo fato de ter matado seus filhos, já que o fez com o amor a nação, com o apoio de Roma. Há nesse cômodo algumas colunas clássicas, do modelo mais limpo possível, mostrando a ideia de organização e racionalidade.


Podemos ver o colorido nos vestidos das mulheres e na toalha que cobre a mesa, mas o restante da tela é de tons rebaixados. As mulheres mais uma vez representam a emoção do quadro. Sobre a mesa uma cesta com utensílios de costura, que nos permite imaginar um cotidiano. A tragédia está elevada com a cor da tolha de mesa que pode representar o sangue.


David influenciou grandes artistas que surgiram depois, e como disse Baudelaire, Flandres tem Rubens, a Itália tem Rafael e Veronese; a França tem Lebrun, David e Delacroix.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

David e O juramento dos Horácios

Faz duas semanas que estou em débito com o blog, mas essa semana coloco tudo em dia. Por hoje, fiquem com uma obra de Jacques-Louis David (1748-1825):


O juramento dos Horácios, David, 1784 – Óleo s/ tela – 329x424cm – Louvre, Paris


A obra representa forte sentimento de patriotismo. Seu tema é a história de Roma Republicana: Horácio pede que seus três filhos jurem lutar pela nação romana, e assim o fazem diante das espadas. As mulheres trazem a emoção para a obra que transborda razão. Elas lamentam a partida dos Horácios que vão defender sua pátria em alguma batalha.

As cores são sóbias, há apenas alguns pontos de vermelho, como no manto de Horácio. Os três irmãos estão posicionados, um do lado do outro, jurando simbolicamente as três espadas seguradas por seu pai, jurando assim fidelidade à patria. É toda a razão da cena. Diferente do lado direito, onde as mulheres e as crianças representam a emoção, o desespero por seus filhos serem destinados a lutar e possivelmente morrer pelo seu país.

David traz a história do passado romano, intencionalmente para o presente. Sua mensagem é de amor e luta pela pátria, pela França.

A estética das roupas, tanto dos Horácios como a das mulheres, é recuperado do grego clássico. E como a beleza na antiguidade era idealizada, aqui também, há uma idealização anatômica dos Horácios e das mulheres. Há ainda, harmonia, simetria, perspectiva que são também elementos que caracterizam o classicismo.