sexta-feira, 14 de março de 2014

De volta, depois da Europa

E lá vou eu! De novo. Mais uma vez recomeçando o blog... Depois de um ano sem dar as caras aqui e agora sem a promessa de ano novo (motivo pelo qual eu comecei o blog três anos atrás - se você é novo aqui, pode ler esse post), mas com vontade renovada para continuar a escrever.

Algumas coisas mudaram. O blog não, continua com a mesma cara. Me mudei de cidade, me casei e viajei! A melhor viagem da minha vida com a melhor companhia do mundo: o marido. O destino: Europa.

Vi um monte de obras que eu só conhecia pelos livros, ou pela tela do computador. Olhei um monte que nem sabia da existência. Reparei algumas, as que mais gosto. Foi com aquele olhar demorado, lento, pensativo que a gente devia ter com toda obra de arte (e outras coisas da vida). Outras, confesso que apenas enxerguei, sem nenhuma pausa.

Infelizmente nossa memória não dá conta de toda nossa vazão de pensamentos, ideias e conhecimento. Mas existem muitas formas da gente guardar tudo isso: fotos e relatos foram a que eu escolhi. Então, divido aqui no blog algumas lembranças que estão na minha memória recente e que agora ficarão também nessa nuvem virtual aí...

Comecemos pois por Madri: Museu Nacional do Prado (o que eu mais queria conhecer devido a minha quedinha pelo Goya).

O museu é incrível, imenso e mostra como o povo espanhol reverencia sua história. Não é para menos: o país é só a terra de Velásquez, Goya, Picasso, Miró e Dali. O Prado, com todo seu tradicionalismo não dá muito espaço a modernidade desses últimos. No museu, Velásquez e Goya são "os caras" (eu concordo plenamente).

É o mais importante museu da Espanha e está entre os museus mais importantes do mundo. Projeto arquitetônico do Neoclássico Juan Villanueva, começou a ser construído no reinado de Carlos III (que reinou de 1759 à 1788) com o intuito de ser um gabinete de Ciências Naturais, mas só foi inaugurado em 1819, no reinado de Fernando VII, tendo passado por invasões napoleônicas e depois de ter sido adaptado pelo arquiteto Antônio López Aguado, discípulo de Villanueva que se encarregou de transformá-lo em museu de Arte. Com suas linhas retas, materias sóbrios como o mármore branco e o granito e pouca ornamentação, o projeto faz parte da modernização da cultura e da economia espanhola.

Sua coleção é ampla, abrange pintura espanhola, flamenca, francesa, alemã, italiana, além de esculturas, desenhos, estamparias e artes decorativas (há no museu cerca de 7600 pinturas, 1000 esculturas, 4800 gravuras, 8200 desenhos, além de uma infinidade de objetos decorativos e documentos históricos).

Na grande maioria dos museus da Europa se pode fotografar. No Prado, não. São muitas obras e não dá pra lembrar de todas, mesmo! A gente sempre lembra do que gosta mais... Eu, quase tive um pequeno infarto ao entrar na sala das Pinturas Negras (tem um post sobre Goya aqui). E Las Majas (a desnuda e a vestida). Sobre essas obras de Goya, um trecho (adaptado) da minha monografia:

Goya contestava e subvertia padrões e regras. Não se enquadrou no movimento Neoclássico e tampouco no Romântico, ele vive entre os dois períodos. Ele é um apaixonado pela pátria como os Neoclássicos, mas exalta o seu povo e não os acontecimentos históricos.
Depois de ter prestado contas ao Tribunal do Santo Ofício sobre o retrato de uma mulher nua, La maja desnuda, obra em que o artista rompe com a tradição secular do nu feminino, oferecendo sua maja sem qualquer conotação alegórica, mitológica ou religiosa; afim de evitar mais desentendimentos com o poder da Santa Inquisição que proibia pinturas de corpos nus, Goya veste sua maja, porém guarda a nua, hoje expostas lado-a-lado no Museu Nacional do Prado. Se repararmos, é possível perceber que o rosto não se encaixa perfeitamente no corpo despido, acredita-se que isso se deve a uma reforma que Goya fez, devido a romances suspeitos do 1º ministro, Godoy.





Entramos em todas as salas do museu. Eu sinto em dizer que não há nada parecido no Brasil. É uma pena não ter fotos lá de dentro, só de fora:






Ver As meninas do Velásquez (que na verdade se chama A Família de Filipe IV), também foi sensacional, mas deixo pra falar da obra no próximo post, ok? Porque acho que esse já se estendeu um pouquinho...






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