Sem muita inspiração pra essa semana (é, acontece...) e confesso que sem muito tempo também, resolvi escrever sobre um assunto que me chamou atenção na última aula que tive.
O professor, um argentino que estudou em uma universidade judaica, falava sobre a preservação da memória. O assunto era a Segunda Guerra Mundial. Claro que por mais que falemos do assunto, por mais que imaginemos o quanto deve ter sido doloroso, complicado, instável, e tantas outras coisas, nunca (nunca mesmo), saberemos o quanto dói uma guerra sem ter passado por ela, sem ter vivido seus dias. É como dizer que sabe-se o que é amor de mãe, sem nunca ter tido um filho.
O professor apresentou um artista, Lasar Segall (1891-1957), lituano, naturalizado brasileiro, que retratou os destroços da Segunda Guerra através da imaginação, das notícias que tinha, dos recortes de jornais, pois quando a guerra explodiu ele já morava no Brasil.
Me lembrei de outros artistas: Anselm Kiefer (1845- ), alemão, que em suas obras abstratas expressa a dor causada pelo holocausto e o sentimento do pós-guerra (medo, pânico, pavor).
Recordei também de Picasso, mas ele é assunto para um próximo post.
É impossível pra mim, não lembrar de Goya, apesar se seus dramas não serem relacionados com a 2ª GM, foi a dor da guerra civil espanhola que ele gravou em suas placas de metal e na mente de tantas pessoas.
O professor citou ainda o escritor Elie Wiesel (1928- ) um judeu nascido na Romênia, que em seu livro A noite, conta suas memórias e experiências relacionadas ao holocausto.
Segue abaixo algumas obras, de Segall e Kiefer, que de modos diferentes, retrataram a dor que sentiram e que marcaram suas vidas pelos dramas que viveram. É a preservação de uma memória através da arte, seja ela pela pintura, pela escultura, pela música, pela literatura... é a tentativa de manter vivo o sentimento desolador que transformaram suas vidas e sua arte.
4 comentários:
Opa, tá bombando o blog hein Carla!
To totalmente de acordo. Arte costuma ser a melhor forma de contar uma história, pelo menos pra mim =)
Um exemplo bem bacana que me passou aqui (bom, são dois exemplos hehe).
http://www.art-wallpaper.com/9736/De+Goya+Francisco/Battling+the+Mamluk+on+2+May+1808+in+Madrid-1024x768-9736.jpg
http://faculty.txwes.edu/csmeller/Human-Prospect/ProData09/01ModCulMatrix/ModPICs/04Romanticism/Goya1746/Goya1814Mayo1247.jpg
Bjos!!
Pedro, não consegui ver o segundo link =/
Eu tô chique que nem a Lô (claro que sem as 14 mil visitas né? mas tbm tenho visitas internacionais, graças a vc, a mar e o Igor, rs).
BEIJO!!!
Lendo seu posto já escolhi o quadro para meu escritório, é o primeiro que aparece de Anselm Kiefer . Os horrores da 2ª Grande Guerra foram realmente muitos, nada maior no entanto que a despersonificação da morte. Até então as batalhas eram travadas homem a homem. Na Segunda Guerra não, matava-se centenas de pessoas estranhas, desconhecidas, sem contato até então. O historiador Eric Hobsbawn em a Era dos Extremos, nos lembra disso. Numa guerra não se mata 1000 pessoas, se mata o pai de alguem, o filho de alguem o irmão de alguem, cada morte na guerra é uma familia destruida. Não se deve nunca esquecer disso. E aproveitando seu blog para tratar do assunto, sugiro a todos esse vídeo, são 8 partes mas vale a pena esse é o link da primeira
http://www.youtube.com/watch?v=Lwl_CdjW3sw
BEIJO
Demais!
Adoro saber mais sobre a 2GM.
Fera demais o segundo quadro que postou do Kiefer.
Seu blog é infinitamente mais interessante que o meu, logo você terá infinitamente mais acessos!
E eu estarei no meio!
=D
Obs: O Ig não acessa meu blog, snif!
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