quinta-feira, 24 de março de 2011

Arte-educação e Produção caminham juntas

É comum pensar que porque se é um arte-educador, não se faz mais nada além de lecionar. É o que muitas vezes acontece com grande parte do público que sai da Universidade, e até mesmo dentro dela. Quando resolvemos que linha vamos seguir para o nosso projeto monográfico, já delimitamos o que vamos ser/fazer pelos próximos anos.

No meu TCC me perguntava até que ponto uma produção poética pode alimentar a nossa criação na arte-educação? E vice-versa. Meu trabalho seguiu entrelaçando várias linhas: a arte-educação, com uma oficina de fotografia que ofereci a alunos do curso de Design de Moda, a relação aluno-professor; a pesquisa de campo, com um estilista londrinense, Nélio Pinheiro, e a pesquisa bibliográfica da artista plástica Beatriz Milhazes e ainda a produção poética de fotografias de moda.

O que eu quis, foi mostrar como a arte pode andar por vários caminhos e o quanto ela é hibrida, como é capaz de interrelacionar diferentes assuntos, e permite a liberdade de novas propostas. Essa convergência está presente na contemporaneidade. As Artes Visuais estão abertas para todos os diálogos que podem ser desenvolvidos, permitido a ligação entre comunicação, moda e fotografia, como foi meu trabalho.

Segue abaixo, algumas fotografias do meu editorial de moda "Brasilidade a flor da pele", apresentadas no meu TCC:






Obrigada à modelo Carla Coelho e ao maquiador Tiago Dias =)

sexta-feira, 18 de março de 2011

A Preservação da Memória

Sem muita inspiração pra essa semana (é, acontece...) e confesso que sem muito tempo também, resolvi escrever sobre um assunto que me chamou atenção na última aula que tive.

O professor, um argentino que estudou em uma universidade judaica, falava sobre a preservação da memória. O assunto era a Segunda Guerra Mundial. Claro que por mais que falemos do assunto, por mais que imaginemos o quanto deve ter sido doloroso, complicado, instável, e tantas outras coisas, nunca (nunca mesmo), saberemos o quanto dói uma guerra sem ter passado por ela, sem ter vivido seus dias. É como dizer que sabe-se o que é amor de mãe, sem nunca ter tido um filho.

O professor apresentou um artista, Lasar Segall (1891-1957), lituano, naturalizado brasileiro, que retratou os destroços da Segunda Guerra através da imaginação, das notícias que tinha, dos recortes de jornais, pois quando a guerra explodiu ele já morava no Brasil.

Me lembrei de outros artistas: Anselm Kiefer (1845- ), alemão, que em suas obras abstratas expressa a dor causada pelo holocausto e o sentimento do pós-guerra (medo, pânico, pavor).

Recordei também de Picasso, mas ele é assunto para um próximo post.

É impossível pra mim, não lembrar de Goya, apesar se seus dramas não serem relacionados com a 2ª GM, foi a dor da guerra civil espanhola que ele gravou em suas placas de metal e na mente de tantas pessoas.

O professor citou ainda o escritor Elie Wiesel (1928- ) um judeu nascido na Romênia, que em seu livro A noite, conta suas memórias e experiências relacionadas ao holocausto.

Segue abaixo algumas obras, de Segall e Kiefer, que de modos diferentes, retrataram a dor que sentiram e que marcaram suas vidas pelos dramas que viveram. É a preservação de uma memória através da arte, seja ela pela pintura, pela escultura, pela música, pela literatura... é a tentativa de manter vivo o sentimento desolador que transformaram suas vidas e sua arte.


Anselm Kiefer


Anselm Kiefer


Anselm Kiefer


Navio de Emigrantes - Segall


Guerra - Segall



terça-feira, 8 de março de 2011

Lembrar

Mulher lendo, 1874, Renoir

Penso que a mulher não precisa de um dia para ser lembrada, mas já que criaram a data, vamos lembrar.

A dia foi criado para homenagear as operárias de uma fábrica de tecidos de Nova York que morreram queimadas em 1857. Elas buscavam melhores condições de vida e trabalho. Só em 1910 o dia 8 de março foi definido como dia internacional da mulher, e só em 1975, a data foi oficializada pela ONU.

Não sou feminista, e às vezes odeio a ideia das mulheres que queimaram seus sutiãs. Mas se não fossem elas, não teríamos tudo que temos hoje, todas as conquistas, todas as vitórias.

Porém na Arte, a mulher sempre foi lembrada seja por sua santidade ou por sua idealização de perfeição, pela figura de fertilidade, de liberdade, de romantismo, de mistério, de erotismo, de perversão, de lealdade, de fragilidade e de força. Vários outros adjetivos ainda cabem aqui, mas o importante é que nós sempre tivemos espaço na arte, mesmo quando ainda não podíamos escrever, ou pintar, ou agir dentro das academias.

Segue abaixo um vídeo, que mostra a figura feminina em diferentes períodos artísticos:

http://www.youtube.com/watch?v=nUDIoN-_Hxs

Feliz dia, mulherada!


sexta-feira, 4 de março de 2011

É Carnaval

Hoje, 4 de março de 2011 é sexta de Carnaval (pra muita gente, o ano só começa depois dessa festa - e até que enfim, porque Carnaval é em fevereiro ne? rs).

Ah, o Carnaval... a festa do povo, da carne, a festa brasileira. São cinco noites onde a gente pode ser tudo o que quiser. Homem vira mulher, aparecem super-heróis de todos os tipo e épocas. Músicas, máscaras, cores, amores, sabores...

A festa é antiga e tem lá sua ligação com a Semana Santa da Igreja Católica. Na Antiguidade, se comia e bebia, e o que se buscava eram os prazeres. No Renascimento, surgiram os bailes de máscaras e os carros alegóricos.

No Brasil é a maior festa popular. Escolas de samba, carros alegóricos, trios elétricos, blocos, repúblicas garantem a diversão de quem se predispõe à alegria.

Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo (1897-1976), um intelectual vanguardista modernista brasileiro, propôs em sua arte a mistura de raças que é o povo brasileiro. Pintou cenas populares. Carioca da gema, abusou de sua paleta colorida quando pintou, por várias vezes, o Carnaval. Di Cavalcanti foi o pintor das mulatas e da cultura popular brasileira. Foi muito mais que isso, foi criador de uma identidade nacional (até porque, a gente só copiava o que vinha da Europa).

Abaixo algumas obras. Tudo é diferente: dá até pra sentir a alegria do povo.


Carnaval, 1970, óleo s/ tela, 97x146 cm


Carnaval, 1968


Carnaval II, 1965, óleo s/tela, 144x146 cm